pitomba verde
terça-feira, dezembro 23, 2003
um pouco sobre a cerveja de teresina

teresina é uma terra muito, mas muito boa. só pra dar uma idéia, passei três dias lá tentando me embebedar e não consegui, apesar de, todos os dias, das cinco e meia da tarde às duas, três da madruga, eu ter bebido desesperadamente, ao lado de pessoas muito agradáveis. o calor é escaldante, a cidade quase não tem edifícios, é um belo deserto de construções rasteiras, de mulheres fogosas, e de um ar de nordeste autêntico. no sábado pela manhã, em volta do carro onde eu tava havia uma luminosidade atordoante, era quase possível ouvir o som do asfalto chiando lá fora, e o ar ao redor pegava minha pele e apertava e girava e cravava dentes, até que um grande bar surgiu na esquina, como um oásis, e o pessoal disse que era lá que iríamos tomar nosso desjejum do dia: cerveja. caralho, é uma sensação muito boa. quando o primeiro gole desce lá naquela cidade, mesmo que você não tenha comido nada pela manhã até então, você se sente um cara de sorte, realizado, e pensa em como é bom estar naquele deserto, ao lado de caras bacanas, podendo beber uma cerva gelada como aquela. o resto do sábado não foi muito diferente, e pude ir dormir tranqüilo na madrugada do domingo, pensando no vôo de volta, e no paraíso que eu não sabia quando iria ver novamente.

um pouco sobre mulheres de teresina

puta que pariu, que morena incrível. não bastasse seu corpo escultural, ela me disse que iria comprar uma arma, apenas porque gosta de atirar. não levei a sério: "se houver chance eu te levo pro playcenter daqui e vou conferir sua habilidade naqueles joguinhos de tiro..." . acendi um cigarro e comecei a jogar alguma conversa fora enquanto mais cerveja entrava. tentei então apagar o cigarro na mesa e ela me veio com um "o que você tá fazendo? tem que jogar no chão, sabe o porquê? porque tem quem limpe!" e me olhou já sabendo que com aquela tirada havia me conquistado. mas aquela porra foi mais longe: começou a apertar minha mão carinhosamente, e então do carinho foi aumentando a força até parecer me desafiar, o que me fez querer saber se ela gostava de uns tapas, e ela não me perdoou: "adoro! na bunda e na cara! e gosto de dar uns também!". perdi a noção do tempo, e quanto mais palavras eu trocava com a figura mais eufórico ficava, e, no entanto, à medida que o tempo passava, eu sentia que tudo aquilo tava perto de acabar, de modo triste. então a conta do bar chegou, tive que pagar uns trinta paus de bebida, olhar pra minha deusa daquela noite e dizer "sinto muito, lu, mas não dá pra te pagar oitenta reais pela noite. fica pra próxima". me despedi das outras que estavam na mesa e, por último, fui dar um afago de despedida na pistoleira. ela não quis me dar um cheiro. entrei no carro junto com os outros e fomos tratar de terminar aquela noite de quinta-feira.
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