pitomba verde
domingo, setembro 26, 2004
brincando de amarelinha

em fevereiro de dois mil e três, mr. p (eu) e mr. e (ele) brincavam de caneta e papel num fim de tarde da avenida paulista. estavam num bar, perto do masp, jogando conversa fora, filosofando a troco de nada, bebendo cerveja gelada, e, claro, escrevendo alegorias portáteis, verdades ébrias, num livro de poesia que havíamos acabado de comprar de um, errrr, poeta intinerante. e hoje, nesse domingo de merda, eu encontrei as...coisas. cá estão:

eu amo isso aqui – amo os porcos
adoro a luxúria, adoro os porcos
sabe quantos porcos são necessários pra um ménage a trois? dois!
e sabe quantos pra um espaguete? nenhum!
os porcos são tudo, cara!

mr. p
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sou artista, romântico e sensível
sei te ouvir e a teus cães
posso te entender e quiçá fazer
alguns comentários diplomáticos.

tenho alguns tostões, posso gastar
até com flores.

tudo isso por uma chupadinha
num ambiente climatizado.

que tal?

mr. e
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eu só vou pra lá se for com ela. e só passo aqui ao lado dela. é que não sou mais nada! (lavo suas calcinhas em minhas lágrimas e saliva)

mr. p
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não foi minha vontade:
empurraram-me o amor
goela abaixo
e passei mal por anos...

mr. p
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beber uma poesia
ruiva, até
gozar.

cagar uma crônica
urbana até te
convencer de quem
tu és.

fazer-te elogios
até te deixar em cheque.
sex-mate!
e quando estivermos esgotados
escrever uma prosa pra mim mesmo.


mr. e
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hoje eu vi
uma criança no jardim
que odiava outras crianças.
perto, numa placa havia: LUCKY STRIKE WHITE


mr. p
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onde houver espaço que eu fique. acabou-me o gás. talvez por ter visto tanto por aí afora. talvez por ter te tido, ter te deixado encerar o rabo.

mr. p / mr. e


bicho, foi muito divertido.
quarta-feira, setembro 08, 2004
indo almoçar no shopping recife nessa segunda, no carro, ao lado de uma amiga, temos o seguinte papo:

- e aí? como anda seu namoro?
- bem... (silêncio) afe, é uma babação da porra!
- como assim?
- babação, babação! tudo que eu faço é maravilhoso, se eu peido, é lindo, tudo em mim ele acha lindo!
- hum.....isso não é bom?
- éé....tá tudo tão perfeito!!
- tá tudo tão perfeito que tá estranho?
- é mais ou menos isso... mas tudo bem, ainda é o começo, eu tô curtindo, tô retribuindo a babação! ele é perfeito!
- sei....
- por exemplo, ele sempre cede, sempre deixa de fazer algo se eu não estiver junto ou se eu tiver uma opinião contrária. às vezes isso me irrita.
- esse lance parece coisa do luiz fernando veríssimo.
- como assim?
- éé.. aquelas crônicas dele... chego a imaginar você fazendo muxoxo e ele dizendo "o que foi?" e você "nada... é que tá tudo tão perfeito... " e ele levando na esportiva "mas isso não é bom?" e você "é, mas deve haver alguma coisa errada", e ele já meio com cara de espanto "como assim errado?" e você "errado! não pode ser tão perfeito assim!" e então ele olha pro vazio, como que sem acreditar, e após um tempo solta um "você não está feliz, é isso?", você "não, não, muito pelo contrário, estou tão feliz que às vezes isso me deixa triste!!"

- (risos) ééé, parece mermo!
- isso equivale a acumular pontos.
- pontos?
- é, tipo pontos do bomclube. na primeira discussão ele vai alegar que fazia tudo o que você queria.
- você acha?
- claro, ele é advogado!

rimos bastante disso tudo até chegarmos ao nosso destino final, e, embora não houvéssemos combinado, ambos sabiam, ao chegar, que o ponto de parada seria a julietto. deixei-a escolher o pedido e disse-lhe que queria o mesmo. ela, como eu, é escrava dos mesmos gostos.


"these words i write keep me from total madness." charles bukowski

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