pitomba verde
terça-feira, janeiro 27, 2004
trabalho, trabalho novo, trabalho, trabalho novo, trabalho, trabalho novo, trabalhooo...

então estarei indo novamente rumo ao norte amanhã, de carro, nesta chuva irritante, com estradas péssimas e pontes desabando...ou seja, coisa boa! pé na estrada, cacete, e, sempre quando volto, sinto-me estranho, como se cada vez ficasse mais distante a idéia de estar "voltando pra casa". voltando pra casa... ééé, galera, poderia morrer amanhã que eu estaria feliz, mas muito longe de estar satisfeito - porque cada dia é uma história (vi há algum tempo que "aboliram" no português essa história de história com "h" e história com"e", ficando tudo que é história com "h". alguém aí confirma ou é apenas história?). e eu tenho dormido sempre ansioso pra ver o que vem depois e depois e depois - essa é a graça da coisa, sacam?
pois vejam só isso:

Three species of Oesophagostomum are found in swine - Oe. dentatum (the most common), Oe brevicaudum and Oe. quadrispinulatum. They are usually called the "nodular worms" because they provoke the formation of nodules in the small and large intestines of their hosts.

fonte: http://caltest.nbc.upenn.edu/merial/swine/swine_8.html

well, good fellows, darei mais explicações depois.

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esse texto acima eu havia escrito ontem à noite, na pressa, antes de ir assistir dogville. resolvi mantê-lo aqui, e realmente darei mais explicações depois, mas, como disse, cada dia é uma história, e o que aconteceu hoje é que assaltaram meu irmão e levaram o carro. mas isso não é problema pois há seguro, hehehehehe, tipo, o problema é que havia uns instrumentos na mala e pá e tal....

ok, minha viajem prossegue agendada pra hoje, por favor não entupam meu celular com mensagens e ligações perguntando isso e aquilo porque realmente está tudo bem com tiago e com as gostosas que trabalham com ele. só não sei como vamos ensaiar daqui pra frente, se não encontrarmos essa porcaria....peço aos fãs da banda que façam um despacho aí pra que eles (os bandidos) deixem o carro em algum local com os instrumentos dentro.

é cada uma...

ps.: ó queridos guitarristas do suellen, por favor, tenham paciência que conversaremos depois.
seguinte...voltei da viajem, estou bem. fui assistir em nome de deus, sugiro vocês irem também. tenho muitas coisas pra contar, mas o fim de noite hoje foi meio impactante (nada que não passe) então vou mudar os planos e vou falar-lhes uma coisa: tive que ir atrás de um velho presente de natal, natal de dois mil e um pra ser mais preciso, um livro com poemas de pablo neruda. tive que ler um em especial, e depois fui esperar pra ver se alguma lágrima ousaria cair, porque tem sido tudo escolha minha. tudo. o poema vai abaixo, no original. não tou com saco pra escrever aqui a tradução, encontrei na internet apenas o original. quem não entender e quiser se arriscar a lê-lo (o que não aconselho a certas donzelas que certamente estarão lendo este post), peçam-me e eu empresto a porra do livro. right? então guentem aí:

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Puedo escribir los versos más tristes esta noche.

Escribir, por ejemplo: «La noche está estrellada,
y tiritan, azules, los astros, a lo lejos.»

El viento de la noche gira en el cielo y canta.

Puedo escribir los versos más tristes esta noche.
Yo la quise, y a veces ella también me quiso.

En las noches como ésta la tuve entre mis brazos.
La besé tantas veces bajo el cielo infinito.

Ella me quiso, a veces yo también la quería.
Cómo no haber amado sus grandes ojos fijos.

Puedo escribir los versos más tristes esta noche.
Pensar que no la tengo. Sentir que la he perdido.

Oír la noche inmensa, más inmensa sin ella.
Y el verso cae al alma como al pasto el rocío.

Qué importa que mi amor no pudiera guardarla.
La noche está estrellada y ella no está conmigo.

Eso es todo. A lo lejos alguien canta. A lo lejos.
Mi alma no se contenta con haberla perdido.

Como para acercarla mi mirada la busca.
Mi corazón la busca, y ella no está conmigo.

La misma noche que hace blanquear los mismos árboles.
Nosotros, los de entonces, ya no somos los mismos.

Ya no la quiero, es cierto, pero cuánto la quise.
Mi voz buscaba el viento para tocar su oído.

De otro. Será de otro. Como antes de mis besos.
Su voz, su cuerpo claro. Sus ojos infinitos.

Ya no la quiero, es cierto, pero tal vez la quiero.
Es tan corto el amor, y es tan largo el olvido.

Porque en noches como ésta la tuve entre mis brazos,
Mi alma no se contenta con haberla perdido.

Aunque éste sea el último dolor que ella me causa,
y éstos sean los últimos versos que yo le escribo.

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beijão pra todos vocês.

terça-feira, janeiro 20, 2004
"um balai..."

review: sexta passada fui ao show de maria rita (água-com-açúcar demais) em joão pessoa. um sanduíche no laça mais um milkshak e uma coxinha antes da viajem, 10 paus. ingresso, 20 paus. gasosa rachada, 10. duas doses de martini, uma água mineral e nove latas de cerveja após o show, vinte e dois. o fim de noite numa cama com três garotas ouvindo elas conversarem sobre suas relações amorosas (e ainda poder dar palpites)...NÃo TEM PREÇO!

tou viajando agora pra uma cidadezinha do rio grande do norte chamada santa cruz e só volto sábado. vamos ver no que vai dar essa porra. "pros que fica...."
sexta-feira, janeiro 16, 2004
essa vai pros revoltados ateus

eu odeio ervilhas. outra coisa, eu não tenho problemas em ouvir alguém raspando a unha num quadro-negro, mas já vi a cara de pânico de muitas pessoas diante daquele CRSSRSS CRSRRSSR. eu sinto algo parecido quando ouço guilherme arantes. filho da puta. odeio sushi também. os sushis e seus parentes já me iludiram bastante, mas sempre me decepcionam. visualmente são atraentes, e tem aquela merda toda de comer com pauzinhos e tal, que é o tipo de coisa que fica na cabeça das crianças (mãe, por que chinês come com pauzinho?), mas, baby, quando aquela gosma entra na boca eu acordo pro pesadelo. que bela porcaria. eu odeio anime, ou animé, sei lá dessa merda, me anime, me anime porque aqueles desenhos sacais sempre estão rodeados de burocratas filósofos dispostos a conversar horas a fio sobre uma porra de uma viajem psicodélica de algum japonês de pau pequeno. eu nunca consigo conversar horas a fio. eu odeio frutas cristalizadas também, rapaz, que é aquilo? e ainda inventar de colocar aquela merda dentro de bolos-pães-mutantes, e, ainda por cima, se você diz que não gosta você é minoria - só posso me sentir traído pelas minhas raízes. filmes. filmes água-com-açúcar-são-fodas são ruim demais. eu até entendo quem gosta, mas por favor, vamos ter bom senso na hora de propor algum filme pra assistir com a turma. afinal o saco dos outros está em jogo. e falar desses filmes lembrou-me da pergunta mono-resposta "tu me ama?", ou então o nauseante "diz que me ama". meu deus, já tive que suportar ouvir muito isso. mas que merda é essa que passa pela cabeça de uma pessoa pra chegar a perguntar "tu me ama"??? galera, a saída é entrar no jogo, né mermo? coloca a banguela e rola ladeira abaixo, bicho...vai levando enquanto puder, até que arrefece, como sempre. ok, e tem a onda também de meus instintos primitivos, que me fazem rosnar caso alguém meta a mão na minha comida sem minha permissão, ou dê palpites do tipo "come mais isso, põe mais um pouco daquilo, meu filho", vai saber o que se passa na cabeça desse povo. odeio isso. de modo semelhante, não raro me propõem "vamos comprar uma coca e a gente divide?", mas i'm glad that's over now, since i'm single. bom demais não ouvir mais isso, e também não ouvir "deixa eu tirar essa espinha", hein? hein? mas, meu deus, lembrei-me novamente do tapado do guilherme arantes....falei muito pouco dele, então vejam só, se alguém aí quiser algum dia me incomodar de verdade é só colocar aquela coisa que diz "eu nem sonhava te amar desse jeito...bla bla bla". citando apenas um caso, navegando por aí estava eu gostando de ler um blog de alguém que não conheço, uma garota de são paulo, acho, e tava interessante, até que eu vi a porra "guilherme arantes" e vi que ela amava essa música (era a música da vida dela, em suas palavras, mulher tem essa coisa mesmo de "música da minha vida"). bye! e bye pra vocês também, chega, tem mais coisa realmente, e aqueles entre vocês que se lembrarem de algo que mereça algum adendo, let me know, please.

ps.: mr. paulo, i don't know who the fuck you are, mas o seu "haja hoje para tanto ontem" foi belo.
quinta-feira, janeiro 15, 2004
allow me please to introduce myself...


aos que já conhecem, desculpem a encheção de saco:

gostaria de poder dizer o que os outros fazem quando viram o rosto, e, sem pudor, pensam naquilo sobre corpos, e, por pudor, falam aquilo que o momento pede, que os olhos fazem, quando a boca mexe, que era o que eu queria dizer. mas é assim, o momento não é desses, e em que momento se fala tais coisas? entre um e outro sorriso falso? logo após aquele olhar tardio? talvez seu companheiro olhe para o copo, eu estou aqui a ver e a sorrir. essa noite, garota, é como as outras. logo, logo estamos de volta ao natural.

agora, sem maiores comentários, na falta de algo melhor vamos aos diálogos recentes.


- minha filha, arranje uma pessoa sem cérebro pra você. só sexo!
- no brain, no pain!
- éééé...no brain, no pain!

....

- rapaz, aí eu conheci a menina que eu nunca deveria ter conhecido!
- porra, como é isso?
- é, cara! dia desses eu falei pra ela: olha, você pode gostar de mim, e pode achar que eu gosto de você e sou seu amigo, mas na verdade eu gostaria de nunca ter lhe conhecido. cara....ela não ficou bem.
- rapaz...

....

- cadê teu macho?
- tá lá, paquerando a vocalista!
- como assim?
- tá lá, em frente ao palco, paquerando a vocalista. ele adora led zeppelin, tá enfeitiçado por ela.
- ciuminho hein...
- é, velho!
- mas vocês brigaram?
- não, eu disse a ele que ficasse lá curtindo o show que eu iria sair, não tava gostando do som.
- então você não tem do que reclamar, porra, você deixou ele à vontade! é mania de vocês - dizem tudo bem, dão um beijinho, e quando viram as costas tão pipocando de raiva, e ficam mais putas ainda porque nós não percebemos que aquele "tudo bem" filho da puta era na verdade um S.O.S disfarçado. fodam-se!

um breve silêncio.

- é, meu irmão, sei não, hoje eu tô meio encaralhada!!!!

....

- cara, é como uma amiga minha me disse: chegou um ponto no meu relacionamento que a gente só saía pra comer. tome pizza, crepe, jantar, jantar e jantar.
- e aí?
- ela passou a sair comigo.

....

me digam, meus amigos e visitantes, se isso tudo não é encheção de saco? porra, acho que yo la tengo ontem me dobrou e me colocou no bolso...



domingo, janeiro 11, 2004
automatic circus loveware

gostaram do título? me veio à mente, ainda não sei que significado dou. mas cheira a algo familiar.
eu tava lendo um pouco agora. não consigo mais ler por muito tempo. você tem que estar seco pra poder ler por muito tempo, vazio, com a mente livre, e eu ando cheio. tive que vir aqui colocar um pouco de lixo no lugar que lhe é de direito: o lixeiro.

eu devia ter uns seis anos de idade quando escrevi minha primeira, e única, carta de amor. é verdade que escrevi um ou outro poema pra umas poucas mulheres nestes tempos sombrios, mas carta, carta mesmo, foi aquela. foi o começo de tudo, e tou esperando o fim por enquanto. a carta era pra uma garota da turma seguinte, na escola onde eu estudava lá em sertânia, no interior de pernambuco, onde passa o rio moxotó. escola pequeno príncipe, ainda me lembro. engraçado como detalhes idiotas ficam na minha memória, enquanto, não raro, esqueço de coisas bem mais importantes, como por exemplo o nome da garota para o qual a carta era endereçada. o tempo parava quando eu olhava pra ela, e foi coisa de primeira vista. caralho, alguns de vocês já devem me ter ouvido zombar dessa história de primeira vista, mas, somente agora lembro que realmente isso já aconteceu comigo. e lembro também que numa bela manhã ela olhou pra mim, sorriu e passou a mão no meu queixo, e eu pude sentir seu perfume, e poderia tudo ter parado ali, eu não precisava ter dormido, ou comido, ou ter falado mais nada depois. então eu escrevi minha primeira carta de amor, e eu não pensava em entregá-la. eu não sabia como essas coisas funcionavam, eu era um pirralho perdido e diferente. mas eis que um certo dia estava eu com uma colega de turma lá em casa, quando aquela canalha em miniatura pegou minha carta e correu pra entregar à minha pequena princesa. aaahh, puta merda, me recordo muito claramente da sensação: parecia que a guria tinha puxado minhas tripas e estava lá, dobrando a esquina em disparada com elas nas mãos. blof bloft bloft. foi um desastre. o primeiro não. NÂO, PORRA. e esse foi o marco de lançamento de minha carreira amorosa. saborosamente idiota. de lá pra cá já fiquei paralisado diante de algumas outras, mas sempre pus tudo a perder. essas foram as que realmente despertaram em mim algo estrondoso, perturbador, inquietante, o resto foi tudo palhaçada. essas deusas nunca tocadas por mim sempre, em algum ponto do tempo, chegavam até mim, e me presenteavam generosamente com um pouco de ternura, e me deixavam crer que era possível, como naquela manhã no pequeno príncipe onde tudo poderia ter parado, mas eu nunca soube jogar esse jogo muito bem. então tudo ia pela descarga. tudo. até a próxima aparecer.

e a próxima, senhores, a próxima...ontem à noite as coisas cheiraram a isso tudo novamente. não é à toa que tou escrevendo. foi a segunda vez que a vi, e novamente tudo poderia ter parado ali no fim, quando ela me deu um beijo de despedida no cantinho da boca, aquele jeito, vocês sabem. um generoso presente. eu não precisava ter bebido mais depois, muito menos estar escrevendo essas porcarias por aqui, tudo poderia ter parado ali, naquele conjunto perfeito de olhos, nariz e boca, e umas sobrancelhas lindas, que podem ser vistas de vez em quando por entre seus cabelos derramados como calda de caramelo. isso é perturbador. vou tratar de assistir algo bom. beijos a todos.

sábado, janeiro 10, 2004
a balada dos solitários

vez ou outra me pergunto por que, por que eu tenho que causar tanto a mim mesmo. eu sei, merda, que o que eu menos, e vocês também, precisam é um pouco de autopiedade, mas às vezes dá pra falar um pouco sobre isso, não? é que no fim de todas as noites eu me sinto tão pequeno...eu vejo o cara que navega solitário agarrando-se a cada nova amizade e a cada novo amor passageiro. e vejo também a garota no labirinto, que a cada esquina espera encontrar o seu verdadeiro amor. e apesar do conforto momentâneo de cada rocha na qual ele se agarra, ou cada esquina não revelada, ambos choram copiosamente lá no íntimo, ao tom de "cadê? cadê??". aaah caralho, vocês sabem que eles raramente se cruzam, eles raramente se cruzam.

e por favor, não levem minhas palavras ao pé da letra (aprendam a ler, porra), porque que sou apenas um espelho, e a minha imagem, de fato, está por aí, em ninguém especificamente. são crônicas que irão cair no esquecimento.

patience. patience, my love.
sexta-feira, janeiro 09, 2004
patience! patience, my love!

mmmkay, brothers and sisters, por favor, sem pânico! rapaz...

- p., onde vamos botar essas cervejas?
- na geladeira, caralho!
- as vazias, porra...
- hum..
- tive uma idéia genial.
- quê?
- vamo levar o lixo pra sala.
- você é louco.
- qual o problema?
- mermão, a gente traz as garrafas pra cá, mas lixo na sala não!
- oxe por que?
- olha, presta atenção nesse slogan: "lixo na sala não!". sacou?

p. começa a colocar as garrafas cheias na geladeira, termina, pega uma, abre e um gole. então vai pra sala, onde todas as coisas acontecem, e a porra do lixo lá. a porra do lixo lá entre o pessoal e a tv."CARALHO!! MERMÃO, QUE MERDA É ESSA?". e. pega o lixo e o coloca na cozinha.

- satisfeito agora, frango?
- seguinte, e., lixo na sala não!
- ok.

....

p e y adentram o recinto. d, n e m já estavam bebendo e comendo aquele tremendo sucesso de marketing oriental chamado sushi.

d: e aí, cara?!
p: beleza? numa segunda à noite, muito fácil identificar os desocupados. são aqueles que estão bebendo.
d: pois é, cara, férias...
p: bom pra você, amanhã eu trabalho. só desocupados, irresponsáveis ou abandonados enchem a cara numa segunda.

o garçom passa.

d: amigo, outra bohemia pra mim.
p: uma pra mim também.

....

e. expulsa p., f. d. de sua casa nas seguintes condições:

e: vai idiota, cadê os dois reais?
d: meu irmão, você não confia em seus amigos?
f: o que? ele não confia em seus amigos?
p: parece que não.
e: p., toma a chave do teu carro.
p: ok, ok, boa tentativa.
f: vamo nessa, p.
p: calma, vamos comprar mais cerveja.
f: não, vamo nessa.
e: cadê os dois reais, d.?
d: hahahahahaha. caralho!
f: ele não confia em seus amigos??
d: não.
e: vamo lá, vou abrir o portão lá embaixo.

descem a escada, o portão é aberto. e. ensaia alguma frase mas é interrompido por d., que, dando tapinhas no peito de e., diz "e. presta atenção, uma charada pra você: o eletromagnetismo do frio corrta!". p. olha incrédulo pra d.

e: o que? hahahahahaha
d: é uma charada pra você. pense nela. se você resolver sabe o que você ganha? dois reais! vamos nessa galera!
e: ei, espera aí! p.!
f: vamos p.
p: ...?!

f. puxa p.

e: ei porra! esperem aí!
p: temos que ir e. depois do que d. disse o script manda irmos embora, saca?
f: vamos!
d: xau, e.!

f. e p. vão em direção ao carro. d. também vai em direção ao seu carro, mas não sem antes trocar umas últimas palavras com p. e f. os três estão se estourando de rir.

p: que porra foi aquilo?
d: é o seguinte, coloquei cinqüenta centavos dele perto do livro de eletromagnetismo, lá em cima na prateleira. um real eu deixei no congelador e outros cinqüenta deixei dentro do dvd do the corrs.
p: massa. vamo nessa f.
f: bora.

....

patience! patience, my love!
terça-feira, janeiro 06, 2004
um uivo poderia ser ouvido, se alguém mais estivesse perto daquela casa tão pobre, no meio do mato, embaixo daquele morro, perto daquela árvore, onde há pouco tempo aquela senhora, rainha de seu pequeno pedaço de terra, ainda reunia forças pra estender suas velhas roupas, já tão cansada. mas não era um uivo, era um gemido de adeus daquela velha filha daquele agricultor que morou por ali, que ia embora desse mundo tão assim, timidamente, e ninguém sabia que era seu fim, nem seu filho, dentro de um boteco na triste favela da cidade, com seu ferro na cintura, nem o velho cachorro deitado sobre a terra, nem sua irmã mais nova da grande cidade sulista, e nem a lua, que essa noite não aparecera. e seus suspiros eram de tal modo que talvez o vento pudesse ter se apiedado, e talvez tivesse pedido ao tempo que parasse, porque ninguém talvez merecesse morrer daquele modo. mas era apenas o fim silencioso de uma vida árdua de lágrimas sem choro, e todos perceberam isso quando o tempo perguntou porque alguém haveria de se apiedar, ao velho cachorro, se aquilo que acontecia, quando todo o resto parecia prender o choro, não era nada senão o que acontece a todas as coisas, como sempre foi, a todo instante. então o cão se assustou, e naquela hora um velho carro passou numa estradinha de barro perto da casinha de seu cardoso lá do outro lado, e uma festinha simples haveria ainda de acontecer na casa de dona carminda, que já fizera algumas visitas a uma de suas filhas que mora lá mais pra dentro do sertão. e sem poder enxergar mais nada ao seu redor, na escuridão, ela partiu, e o vento, parando para dar passagem, perguntou para onde ia, mas nem tempo, nem árvore, nem chão, nem morro ou cachorro souberam responder, porque somente eu poderia. somente eu e a coruja dos meus olhos.
domingo, janeiro 04, 2004
guerra e paz

em qualquer confronto que se entre, o primeiro golpe é fundamental. aquele que golpeia primeiro tira proveito da surpresa, e quanto mais forte e certeiro for a pancada inicial maiores são as chances de se intimidar o inimigo, alcançando sua derrota seja através da morte imediata, rendição ou abalo na moral. foi isso que bush tentou ao inicar a guerra no iraque, se os senhores não se recordam, de modo sorrateiro tentando bombardear o local onde supostamente estava mr. hussein. matando de cara o ditador, suas tropas perderiam o sentido para lutar, pressupunha-se. de modo semelhante, meus caros, um bom roteiro de ação deve fisgar seu público in its very first moment. uma das receitas, mas obviamente não a única, pra um bom filme de ação, é começar de modo arrasador, e ter habilidade e talento para conduzir a história por altos e baixos numa sucessão de atos cujo único objetivo é preparar a platéia para o grande clímax. vide cenas de abertura de todos os filmes de bond, james bond. pois bem, ladies and gentlemen, eis que lhes apresento dois mil e quatro, surgindo de modo avassalador. meus beijos sinceros a todos vocês, sem exceções, e continuamos nosso papo depois, durante alguma trégua, pois tou de saco cheio demais pra comentar qualquer coisa agora. vamo embora pra porra da trincheira.

oh sim, e obrigado a vocês que olharam por mim enquanto eu me debatia sem um pingo de paz durante o último show do suellen. eu era um idiota numa noite inesquecível, pra variar.
"these words i write keep me from total madness." charles bukowski

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