brincando de amarelinha
em fevereiro de dois mil e três, mr. p (eu) e mr. e (
ele) brincavam de caneta e papel num fim de tarde da avenida paulista. estavam num bar, perto do masp, jogando conversa fora, filosofando a troco de nada, bebendo cerveja gelada, e, claro, escrevendo alegorias portáteis, verdades ébrias, num livro de poesia que havíamos acabado de comprar de um, errrr, poeta intinerante. e hoje, nesse domingo de merda, eu encontrei as...coisas. cá estão:
eu amo isso aqui – amo os porcos
adoro a luxúria, adoro os porcos
sabe quantos porcos são necessários pra um ménage a trois? dois!
e sabe quantos pra um espaguete? nenhum!
os porcos são tudo, cara!
mr. p
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sou artista, romântico e sensível
sei te ouvir e a teus cães
posso te entender e quiçá fazer
alguns comentários diplomáticos.
tenho alguns tostões, posso gastar
até com flores.
tudo isso por uma chupadinha
num ambiente climatizado.
que tal?
mr. e
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eu só vou pra lá se for com ela. e só passo aqui ao lado dela. é que não sou mais nada! (lavo suas calcinhas em minhas lágrimas e saliva)
mr. p
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não foi minha vontade:
empurraram-me o amor
goela abaixo
e passei mal por anos...
mr. p
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beber uma poesia
ruiva, até
gozar.
cagar uma crônica
urbana até te
convencer de quem
tu és.
fazer-te elogios
até te deixar em cheque.
sex-mate!
e quando estivermos esgotados
escrever uma prosa pra mim mesmo.
mr. e
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hoje eu vi
uma criança no jardim
que odiava outras crianças.
perto, numa placa havia: LUCKY STRIKE WHITE
mr. p
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onde houver espaço que eu fique. acabou-me o gás. talvez por ter visto tanto por aí afora. talvez por ter te tido, ter te deixado encerar o rabo.
mr. p / mr. e
bicho, foi muito divertido.